Contribuição do budismo para a autoconstrução do ser humano na perspectiva de uma educação para a in
A presente investigação objetivou pesquisar a contribuição do budismo na vida pessoal e profissional de professores, considerando a autoconstrução do Ser Humano Integral (CATANANTE, 2000). Teve como objetivos específicos: revisitar o SER professor e seu FAZER docente; identificar os aspectos que o budismo agrega na vida pessoal e profissional dos professores, nas suas dimensões constitutivas: social, emocional, espiritual e racional; analisar as possibilidades de autoconstrução do ser humano, por meio dos ensinamentos budistas; interpretar os benefícios dos ensinamentos budistas ao longo do tempo para autoconstrução do ser humano na perspectiva de uma educação para a inteireza. A investigação é qualitativa, numa perspectiva compreensivo-interpretativa (TURATO, 2003) e baseada no entendimento de que a mudança do externo ocorre com o autoconhecimento e a transformação interna (NÓVOA, 2009; PALMER, 2013). A pesquisa foi desenvolvida com dois grupos de sujeitos: o primeiro, constituído por quatro educadores que já incorporaram no seu dia a dia, há mais de cinco anos, os ensinamentos do budismo tibetano, da linhagem Nyingma; o segundo, com seis professores, não praticantes dessa filosofia. Foram realizadas como estratégias de busca de dados: encontros semanais para estudo e prática dos ensinamentos budistas (CHAGDUD, 2013); entrevistas semiestruturadas; e dois instrumentos, denominados Roda da Vida – Ser Integral e Formulário Ser Integral, ambos criados pela presente pesquisadora, com vistas a subsidiar aos sujeitos a reflexão atenta ao ser humano em sua integralidade. Os encontros semanais foram analisados pela Análise Qualitativa Básica (CRESWELL, 2010) e por meio de etapas apresentadas por Severino (2000); as entrevistas semiestruturadas foram analisadas utilizando a Análise Textual Discursiva (MORAES & GALIAZZI, 2011); e os instrumentos, a Análise Estatística Descritiva (APPOLINÁRIO, 2006). A investigação revelou que a contribuição do budismo depende da prática dos sujeitos, da aplicação dos ensinamentos no cotidiano e com a prática restou evidenciado que o budismo contribui para a autoconstrução do ser humano na perspectiva de uma educação para a inteireza, de forma expressiva. Houve a confirmação do quanto são eficazes os métodos de Buda. Os sujeitos que praticaram o budismo durante dois meses experimentaram, em síntese, mudança nas suas percepções, ações e, consequentemente, nos resultados obtidos. Com uma postura de observador dos próprios pensamentos, sentimentos e falas, tornaram suas ações mais responsáveis e amorosas e colheram, portanto, uma vida mais significativa, tranquila e feliz. Os professores budistas demonstraram que possuem uma vida muito diferente da que tinham antes de conhecerem o budismo, mais positiva, compassiva, com menos sofrimentos, após vários anos de prática. Os resultados deixaram em aberto espaços para novas pesquisas, não só para ampliar o conhecimento, mas com o intuito de proporcionar transformações pessoais e melhorias na educação e na sociedade, pela autoconstrução de um ser humano integral na perspectiva de uma educação para a inteireza. Trabalho original publicado em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações- PUCRS Link: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6442